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O TEMPO E A PETECA

O TEMPO estava à sombra de uma árvore  quando foi surpreendido por uma Peteca que caiu ao se lado.

- Belo TEMPO, você está a descansar?

- Quem sou eu para descansar! Trabalho o incessantemente para a vida no mundo. E você,  Peteca?

- Eu vivo a levar tapas, pra lá e pra cá,  divertindo pessoas e, quando caio, ainda fazem festa. Estou aqui perdida. Deram-me um tapa com tanta força,  mas tanta força , que caiu, tão distante que não me encontraram.

- Pois eu não descanso.  - disse o Tempo. Estou sempre à disposição de todos,  mas, mesmo assim,  há quem diga que sou insuficiente  e levo a culpa pelo fracasso de quem  não sabe usufruir do meu trabalho  a contento.

- Poucas pessoas me conhecem,  pois o esporte comigo parece que fcou no esquecimento.  Outrora, fui a alegria das crianças Todos sabiam jogar peteca. Vou ficar por  aqui.

- Então estamos no mesmo barco, pois muitas pessoas  não reconhecem  minha importância. Vivem a reclamar  e dizem que estou sempre à faltar. Perdem a hora, perdem o trabalho,  a condução,  os compromissos... E sempre levo a culpa... Até breve, Peteca!

 O Tempo foi levado pelo vento e a Peteca arrastada para um galho de árvore,  onde permaneceu  solitária e esquecida.

 Dias depois, um passante viu a Peteca e  levou-a para casa. Sem saber da sua real utilidade,  colocou-a numa estante, onde passou a ser simples enfeite.