Helio Valim

Beijo morno

 

Terno vento quente acariciava,

suavemente, e moldava as flores.

Papel rosa crepom a tudo ornava,

embrulhando folhas em rúbeas cores.

 

Inflorescências de flores crespas,

onde onírica paleta, explodia em tons.

O branco, em díspar composição,

pintava-se rosa e vermelho coração.

 

O que interessava era a poesia,

mas, decerto, a brisa roubava a harmonia

balançando folhas e flores em heresia.

 

Beijava o rosto, envolvia a alma,

entorpecendo o todo, sem pressa,

sussurrando, mansamente, calma.