Bingus McBongus

Ouro cinzento

Arejado quarto, como escudo, cobre-me.

Frio sublime, como onda, abraça-me.

É colosso quando dorme;

é rosa inerme.

 

Barulho contínuo, como sono, domina-me.

Soturno odor, como redemoinho, engolfa-me.

Corta quando gume;

acalma quando leme.

 

Em um coro mundano,

a amalgama do ordinário.

No teclar do piano,

o zarpar do corsário.

 

O vestindo nebuloso,

como um presente astral,

dança volumoso

na ampulheta horizontal.