vem...vem devagar,
não sou fraude
nem penso em
tal,ser frade!
só quero que venha
bem devagar,
sem alarde.
notícias daqui
são vaporosas,
nasce daqui,
morre dali,
nada invulgar,
nada tem
em polvorosa.
Espero, vem devagar,
espero no sopé da
montanha azul,
lá onde os homens
se escondem
e não tem esquinas,
e o vento bate
meigo,
mas de arrasar.
Vem, vem
bem devagar,
sofro de amor
súbito;
se ver você
de novo
não sei se choro,
ou me alegro,
de tanta esperança
e saudades, de
tanto amor,
escondido,
mas,embutido.
até o mar, antes sereno,
se revolta em nosso corpo de fogo.
Vem, sou vento
colorido,feito
pra dar !
Sou da montanha
pois vales nunca vi;
sei de estórias
que lá sopra vento
de arredar.
Vivo feliz,
na montanha azul,
desenhando flores
nos jardins de pedra,
pra quando você
chegar.
E debruçar seu frio
sobre a saia azul,
e seus beijos
desenhar nos
meus lábios
doces e gélidos,
igual a uma
doce têmpera
de febra !