Jose Kappel

Montanha Azul

 

 

 

vem...vem devagar,

não sou fraude

nem penso em

tal,ser frade!

só quero que venha

bem devagar,

sem alarde.

 

notícias daqui

são vaporosas,

nasce daqui,

morre dali,

nada invulgar,

nada tem

 em polvorosa.

 

Espero, vem devagar,

espero no sopé da

montanha azul,

lá onde os homens

se escondem

e não tem esquinas,

e o vento bate

meigo,

mas de arrasar.

 

Vem, vem

bem devagar,

sofro de amor

súbito;

se ver você

de novo

não sei se choro,

ou me alegro,

de tanta esperança

e saudades, de

tanto amor,

escondido,

mas,embutido.

até o mar, antes sereno,

se revolta em nosso corpo de fogo.

 

Vem, sou vento

colorido,feito

pra dar !

                     

Sou da montanha

pois vales nunca vi;

sei de estórias

que lá sopra vento

de arredar.

 

Vivo feliz,

na montanha azul,

desenhando flores

nos jardins de pedra,

pra quando você

chegar.

 

E debruçar seu frio

sobre a saia azul,

e seus beijos

desenhar nos

meus lábios

doces e gélidos,

igual a uma

doce têmpera

de febra !