Um aperto profundo, inquestionável.
Uma mágoa persistente, indecifrável.
Um mundo irreconhecível, nada afável.
Um caminhar em busca do inalcançável.
A sensibilidade deslocada da realidade,
afia pensamentos desconexos com o agora.
Apesar de conviver inexorável positividade,
opta-se pelo fatalismo, que esfola.
Sentimentos nebulosos permeiam nosso ser
fazendo-nos, convictamente, crer
na existência do abismo do não ser,
forçando-nos a crença do eterno padecer.
Sem respostas, busca-se em lapsos passados,
saberes à deriva, a serem ponderados
na balança das experiências vividas,
como contraponto às agonias auferidas.
Sem hora, a interação passada e presente
leva-nos a uma realística consonância,
balizando o afrontar às dúvidas latentes,
enquanto harmoniza percepção e angústia.