O céu é meu nascedouro
E é berço que ainda me embala
A terra é o mero sonho que cativa
E que justifica o desejo por asas
Antes do cárcere dessa vida, vivia
No leito tanto que me acolhia o infinito
No quanto imponderável, o abrigo
De todo meu ser que em si é descabido
Agora, ainda sem desterro, tenho passos
Numa realidade de uma escrita efêmera
Posso estar onde a palavra me pede
Numa inspiração que assopra e cede
Depois, já fluido e descingido, tenho voos
No desvelo do universo em cada sol
Nos raios de uma alvorada em odisseia
Nas imagens sem um tempo em epopeia
Ao esquecimento chama-se morte
E ao sofrimento, a adaga que fere
No desatino que precede cada cicatriz
Nesse torvelinho, gira a gira, triz em triz
O momento, a benção que se infere
Eloquente, qual chama de toda sorte
O céu é meu nascedouro
E é berço que ainda me embala
A terra é o mero sonho que cativa
E que justifica o desejo por asas
Antes do cárcere dessa vida, vivia
No leito tanto que me acolhia o infinito
No quanto imponderável, o abrigo
De todo meu ser que em si é descabido