Em cálidas noites
e nas madrugadas sombrias
em que a minha alma vagueia
como a nuvem miúda ao favor do vento
eu sou a folha verdejante das tuas raízes…
Depois paro,
penso e reflito num instante fugaz
como o raio que cruza o horizonte
estou só, totalmente só na solidão do mundo
com meus delírios de imaginar-te somente
deitada em meus braços em noites perenes
Mas logo que se passa esse acidente
contemplo-me pálido tal como um observador distante
eis que estou ali, parado
e todos os sentidos ausentes
O coração acelera e dilacera
um despertar de pavor dos seus subúrbios
esse chamanculo que prende os meus gritos
assédia-me a morte por amar-te
então grito alto o teu nome: Cecília…
Cecília… Cecília…
e o chamanculo desperta
e é já outro dia…