Samuel SanCastro

Casmurro

O que contemplo agora, não sei dizer ao certo

 

Talvez o vigor de outrora não esteja mais desperto

 

Oh! meu caro amigo, de pretéritos gloriosos dias

 

De conquistas e batalhas, dos amores, dos amigos

 

Teu semblante enrijecido rebuça as memórias da luta

 

Dos perigos enfrentados, equinócios e solstícios

 

Sobejaram sulcos fundos, como arautos na face hirsuta

 

Um arfado longo e grave, piscar de pálpebras moroso

 

Quem poderia, esperançoso, solicitar dele conselho?

 

Estático, permanece o tolo,

 

Nostálgico e preguiçoso

 

Fitando inerte seu espelho.