Já não te vejo, amor, inda te espero.
Tu és a cocaína do meu vício
E dessa dopamina assim te quero
Desde quando nos vimos, bem no início.
Durante o vil \"lockdown,\" no desespero,
Juntos, eu no recluso do edifício,
Tu no teu livre-arbítrio, grau zero,
Tivemos do amor o seu ofício.
Durante a epidemia tu me amaste.
Do teu amor perdi, porque voaste
E de ti a esperança foi-se embora.
Daquela dopamina eu dependente
Sinto-me da abstenção um ser doente
Sem cura...e, cada dia a mais, piora...
Tangará da Serra, 16/08/2023