SOLO ÁRIDO
Não como as palavras
que da mente sangram
Nunca sequer a letra
produziu o pão
Nem a estrofe
fez germinar o grão.
Em disparada a hipnose preenche todos os caminhos
E a folha branca
A tirar de mim
O que do solo tira a raiz.
Escorre mim a seiva
e percorre o caule da planta
a crescer como que
em simbiose.
No entanto, não vejo
sobre o prato
O broto a despontar
Nem a semente
na mesa a germinar.