Emoções que vêm e vão
como a onda do mar
que insurge e no
final quebra. Morre.
Uma noite doce dolorida.
Colorida, mas com sabor
de lágrimas presas.
Repletas de ânsias.
Sou uma fraude. Sou verdadeira
e não sou nada. Faço qualquer
linha caber nos meus passos.
Machuco-me de novo, mas não
é nada. Já até criei casca.
Da cicatriz só resta a recordação.
Sinto-me como um \'limbo\'.
Ponho a cabeça e as mãos erguidas
para fora da janela num pico de êxtase,
respirando calmaria. Posso ver isso tudo
na minha mente. Estou lentamente indo à lua.
Eu seguiria o pôr do sol até o final dessa estrada,
se a vida não fosse mais nada. Esse é o meu
tempo. Mas a vida é mais que nada.
Ainda não larguei o vício de pôr
significados intrínsecos meus
nos outros. Vasculho nos meus
demônios e não sei o que
encontrar ou evitar.
Pulmões que só querem sentir vida.
Cheirar a vida. Viver a existência. Plena.
Barulhos que embaçam tudo isto.
Embarco no sem-sentido.
Eu quero mostrar o meu melhor.
Ser o meu melhor. Personificar
o ideal. Ser transparente,
algo bom e real.
É um corpo de carne e trapos, mas
aqui dentro bate um coração que
se fosse cor seria branco: a junção
do incolor de todas as cores.
Todas as emoções possíveis já
foram aglutinadas aqui dentro,
Agora só resta ser o melhor,
E ele seria.
Sendo o coração meu pedaço,
serei o que no espelho aparenta
ser a parte quebrada, mas é tudo
que eu sou. Meu melhor.