Pai eu nunca quis te magoar, nem te decepcionar
Mas sou Humano e falho demais
E sempre estou a errar, desde o alvorecer do dia ao fim do mesmo.
Mas com tudo não me canso de tentar fazer o certo. Mesmo que às vezes não consiga, minha alma não se sente triste e nem vazia.
Pois no fundo ela com gemidos inexprimíveis se opõem ao meu querer humano, e intercede a ti por mim, e seu amor aquece o meu coração...
Perdoa-me pelas vezes que imponho a minha razão Humana ao teu querer...
Perdoa-me pelas vezes que contenho minhas emoções para não derramar lágrimas em tua presença.
Perdoa-me pois às vezes sou humano demais para entender os seus desígnios.
Pai Eu nunca esquecerei de ti, mesmo nos dias mais sombrios aos mais felizes de minha vida como mortal, no fundo no fundo eu consigo me despir de minha humanidade e me render a esse seu poder que não consigo mensurar, e no fundo eu esqueço toda ciências todas filosofias e meus olhos contempla um pouco de ti.
Perdoa-me por eu não mais querer ser o que eu podia ter sido...
Perdoa-me por não querer me rotular e nem filiar minha fé ao que eu acho desnecessário.
Perdoa-me pelas vezes que posso fazer o bem e não faço (tu bem sabes, a natureza humana que me deste).
Sei que sempre foi e sempre será o mesmo , pois tu és imutável , eu que às vezes como frágil humano tento entender os mistérios da vida e acabo por me distanciar de seu propósito.
Mas no fundo tu conhece a intenção de meu coração, e sabe que todas minhas buscas e curiosidades humanas são necessárias , e que no plano metafísico eu sei o quanto tu és soberano Excelsior…
Perdoa-me por as vezes não acreditar em milagres mirabolantes que eu ouço por aí, pois sei que eles não são precisos para que possamos reconhecer o seu poder e majestade.
Perdoa-me por não ser o filho que desejaste que eu fosse.
Perdoa-me por as vezes eu me recusar a ser irmão de alguns outros filhos seu...
Tu sabes que minha natureza humana não tem o costume de fazer acepção de pessoas , mas às vezes eu canso e me recuso a conviver com almas sebosas.
Perdoa-me pelas vezes que não tenho paciência e nem vontade de ouvir os meus irmãos sem entendimento e sem sabedoria, que vem me falar coisas absurdas e querem que eu aceite.
E não queria ser assim, mas infelizmente não consigo mudar esse meu jeito de as vezes usar a razão.
Perdoa-me por as vezes preferir amargar a escassez do deserto , do que caminhar com regalos junto a alguns filhos seus que me magoam.
Perdoa-me por as vezes agir como uma criança e ter que tomar o seu tempo para cuidar de mim.
Perdoa-me por tudo meu pai, pelas coisas que faço e pelas que deveria fazer e não faço...
No fundo eu só queria ser um filho quase perfeito mas reconheço que sou o que mais te dou trabalho.
Perdoa-me e não impute as minhas ignorância humanas pois tu conhece a humilhação de meu ser diante de sua majestade.
Perdoa-me pois com todos meus defeitos e limitações, eu nunca quero ter outro para chamar de meu pai.