Ai minh\'alma tem os florões de neve,
O gorjeio de aves e da noite a ária,
É triste como aurora que vai breve,
E nos poentes chora solitária.
Chora ao lembrar-se num instante breve,
Tua face em seda imaginária,
E o vento que tocava-lhe de leve
Sob o brilho de etérea luminária.
Vós que me vistes caminhando ledo,
Hoje sigo em silêncio vendo a vida
Que desprende como a flor do arvoredo...
Meus dias idos se foram na aurora,
Restou-me só nesta alma dolorida,
O perfume nostálgico de outrora...
Thiago Rodrigues