Quando há vento
Sou folha seca ao leu,
Na vida, exerço meu papel.
Represento_o com talento.
Tantos papéis para mim escritos!
Filha obediente, calava meu grito.
Sufocava os anseios no seio aflito.
Para as mulheres,tudo era proibido ..
O vento uivando,espargia meu conflito.
Estudos e responsabilidades pesavam.
Nunca me foram poupados,eu os encarava.
Com esforço e dupla jornada
Meu pai ,já doente,eu ajudava.
Perdi muito da infância
e da inocência em tenta idade.
Havia um lobo agregado a\' família
E pior: ninguém sabia o que ele fazia!
O vento nordeste uivando não me poupava
Eu, em agonia, ouvia_o espalhando minhas fantasias.
Presa pela tirania dos costumes
Uma época,sem ética, só preconceitos
Exigiam da mulher o que não era direito. Não lhes tinham apreço!
Cumprimos todo o falso figurino social.
Hoje,libertas, fazemos o certo e o racional.
Vivemos quebrando os preconceitos sociais. Em uma sociedade mais que imperfeita!
Maria Dorta 12-08-2023