pelos dias,
um dia,
dia sim, dia não,
chamei meu pai de
pedra
e minha mãe de flor de lis.
um dia chamei meu mestre de dono
e meu oeste de decepção,
meu norte de esperança,
já que lá no sul,
debruava
choros de mulheres,
vestidas de camaleão,
me afastei do devido calor.
um dia chamei
meu amor de vida
e minha morte de vazio,
chamei o rei de basco
e a rainha, sem rumo,
de vassalina.
e pela vida fui chamando
até, que de algum lugar,
onde se fala amando,
me mandaram me chamar.
então, minha amante
chamou o meu mundo de dor,
enquanto, minha amada,
chorava feito
rosas sem dono.
enfim,
fui de mansinho,
de ca pra lá,
dois dias andando
de fininho.
sem lugar pra atracar,
sem fado pra cantar,
rosas sem pensar.
pois naquele momento
da vida eu era apenas
um doce navio,
com resmas
de saudade,
bem pronto
pra afundar.