Luigi Alves Bortoloto

Soneto da Sensação

As vezes sinto preso numa eterna farsa

Cada hora que passa tudo perde o valor

Onde a culpa se torna minha leal comparsa

Risos sem graça com uma perpétua dor.

 

As vezes sinto anseio afim da experiência

De uma carência que logo atenção o chama

Com tudo em mente vindo se tornar dolência

Enfim, ausência se constrói num longo drama.

 

As vezes sinto angústia por pensar tanto

No meu canto, nada além da intensa saudade.

Digo as vezes, mas é sempre que sinto o pranto.

 

Daí levanto com a sensação na metade

No vasto vazio que há no meu coração

Sendo o meu único medo a solidão.