Todas as manhãs ela levanta despojada,
desprovida de seus sonhos e desejos.
Alonga o corpo e se deleita sem pudor.
Algumas vezes olha-se despudorada.
Ao espelho observa sua longilínea silhueta!
Ama o que vê e pressente um tremor...
Até hoje não desvendei tanto mistério,
nesse quadro ermo de carne e pecado,
de êxtase e presunção, de abismo e milagres!
Agora mesmo me embriago com seu hálito,
com esse perfume inundando os meus sonhos.
Todas as manhãs eu contemplo essa paisagem...