As estrelas no céu são como freiras,
Que vagam entre brumas a rezar,
Pelos átrios das noites passageiras,
Banhadas pelo brilho do luar.
Tristíssimas por sobre as palmeiras,
Vão-se elas luminosas sem cantar,
Envoltas pelas sombras derradeiras,
Num mosteiro triste sempre a brilhar.
Ó doce amada, és minha, tu bem sabes,
E a mágoa que na face não viceja,
No meu peito de poeta já nem cabes.
És minha essa lembrança pelos ares,
Que agora lentamente aqui voeja
Na solidão dos prados constelares.
Thiago Rodrigues