No contexto artístico sou poeta-personagem
De um eu-lírico que sonha e deveras sofre
Com redundâncias da inspiração não-esnobe
Que em mim se concentra e me faz selvagem.
Procuro dialogar com meu íntimo meio torpe,
Não obstante me perco diante de uma imagem
Que é fotografia de minha intrínseca paisagem,
Por isso tenho débitos com os idílios da sorte.
Na devassidão poética eu não posso decompor
Os estágios donde se obtêm o item do destemor,
Então me consagro na produção duma insulina...
Reagir contra o que me arrefece e me desanima
É tarefa de ambiguidade no ato reto de compor
E assim, talvez, possa abraçar-me com o amor!
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO