ao me despir de todo o resto
do meu suspiro de despedida
hei de arrancar ainda um fôlego
que é pra num último mergulho
alcançar o fundo dos seus olhos
onde se espreguiçam, decantados
os mais belos luares já mirados
e imersa, naquele azul desmedido
erguer ali a minha celeste morada
a definitiva, sem portas ou janelas
somente a nossa mesa de domingo
e a lembrança dos rebentos no colo
contando borbulhas de amor e riso
in saecula saeculorum
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 1/8/23 --