O medo avança diante da noite. Eu, sofrido e pávido, me escondo entre as poucas luzes que me restam. As lembranças vão e vem. Latitudes de amor!
Os sonhos me sacodem toda a noite como se fossem embrulho desenganado de Natal.
Mas o medo - ah! este existe e, por trás, dele, uma eternidade de perguntas, cujas respostas não alcancei.E se as tenho, tenho lá medo de sufragá-la à minha vista - parte do coração!
Se me escondo, me acham; se me acham trazem em bolsas flapos e solidão. Se sou fruta-doce, sou comida de reis falidos.Mesa posta. Princesas fastiadas de calor e desventuras me afastam de sua beleza!É quando a solidão bate à porta e não faz mais perguntas!
Uma festa no sozinho acizentado é uma parte dela.
O que ficou, ficou para atrás. Mas o que vem pela frente é tudo o que ficou atrás. De repente, ele vai chegando.Igual a uma estrela nascer.
O que está presente são lembranças, fáceis de lembrar,trocar e até perder. Fáceis e rútilas para chorar.Difíceis de entender!A uma criança correr e sonhar.
Não faço por menos,sou forte, mancebo de dois séculos; sou guerreiro de duas flechas. Uma para saudar os nobres, outra para guardar o caminho da eternidade.
Se sou guerreiro, minha tenda velha ficou. E se vivo sozinho é porque me acautelo de milagres; as entradas estão esgotadas para as coisas santas e as portas estão cerradas.
Se ofereço, me negam. Se me compram, compram aos pedaços e meio.Vou vago caminhante a procura de cachoeiras maravilhosas e pássaros encantados.
Ah! a fadiga!Já estou interditado e premente de esperas. Sou rápido e fugaz.
Atendo todo mundo! Mas na hora de chorar vou para um canto de mais sombras. - minha companheira sem nome!