à meia-luz eu sou tão sabidamente meu
que me permito ser completamente teu
e quando me aproximo pra essa entrega
minha mão esquerda ergue a tua direita
consolidando o teu congênito estrelato
a música transcende do palco iluminado
atirada, num laço de pura magia e notas
que nos envolve e nos coloca pra dançar
e de nossos passos, um remoinho fluído
vassoura da pista mágoas e sofrimentos
defenestramos dali toda falta de beleza
e mesmo com tudo posto em azul e mel
não cessa em torno de ti o meu rodopio
pra prestar socorro à tua pequena boca
na qual sinto urgir, a partilha do batom
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 25/7/23 --