Helio Valim

Idílico e lúgubre

 

Manto roto encobre o concreto,

enquanto cerra a densa noite,

derramando breu, por decreto,

rompendo o dia como uma foice.

 

Oníricas imagens, ao brotarem no sono,

inundam a imaginação de acuidade,

compondo memórias em sonhos,

decompondo as regras da realidade.

 

Devaneios habitam signos noturnos,

preenchendo intermináveis minutos,

com sombras de vultos soturnos.

 

Descortina-se idílico e lúgubre perceber,

envolto nesse manto esfarrapado,

que já permite antever renovo amanhecer.