Aos olhos de quem quer ver,
O que lhe aparece é arte…
Tem tendência a entender
Relevância em qualquer parte,
Dá valor e quer manter
O que outrem dá por descarte
E abstrai-se para poder
Contemplar sem que se farte.
É o brilho estimulante
Do que chega à nossa vista
Que nos pega de rompante,
Sem reflexo que resista,
E nos deixa ali, perante
Uma luz que, sem que insista,
Nos leva a atenção errante
Para um mundo fantasista.
...Ora o brilho vem das estrelas
Ou do ouro à branca luz,
Ora vem das novas telas
Ou do carro que se conduz...
Mas o desejo é igual -
- O pedido é consistente:
Sermos nós próprios o tal
Com a luz mais influente.
Afinal o que se quer ver
É o próprio se rever
Numa jóia bem brilhante,
Juntando à identidade
Toda e qualquer vaidade
Que o torne relevante.