são as rodas dos carros
a fumaça dos caminhões
são o barulho das telas,
as paredes de pedra, as sacolas no chão
o latido dos cachorros acorrentados,
são as sílabas desperdiçadas, por bocas que deveriam estar fechadas
são o lixo acumulado, dentro e fora de mim
que me fazem desejar voar para a ponta daquela montanha
que tem formato de gigante,
e ficar lá até que os pássaros, ou as onças
ou o farfalhar das folhas, o zumbido dos pernilongos
me digam que é hora de voltar pra casa