Antonio Luiz

Mãe

Mãe, tenho ainda pétalas de teus lábios

roçadas às primeiras pequenas maçãs

de minhas angelicais bochechas.

 

Mãe, eu eternizei a maciez de tuas mãos

elegantes, de dedos longos, finos e graciosos

no toque da primogênita rosada pele.

 

Mãe, o cheiro doce e suave de teus seios

era arco-íris no verde céu de teus olhos:

o mais puro e farto sinal de nossa aliança.

 

Mãe, eu rememoro em cada entardecer

aquela tua magistral e una sinfonia de ninar

pra me reconduzir aos sonhos originais.

 

Mãe, eu te confesso: é do suor sagrado

de tuas tantas e tantas n-ésimas jornadas

que consiste a minha pia mais benta!

 

Mãe, eu chorei e sorri ao te escrever!

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 21/7/23 --