O VELHO NO CAMINHO.
No caminho encontrei um homem, um velho de barbas brancas poucos cabelos, roupas maltrapilhas e passos lentos.
Vinha na direção oposta com corpo curvo de alguém cansado. Seus pés pouco se levantavam do chão, no arrasto a poeira fazia subir sujando a barra da calça. Calça suja de remendo mau costurado.
Ao passo que íamos nos aproximando eu o enxergava melhor. Ele tinha uma feição melancólica, triste, cheio de vazios razo de profundezas.
Ao passar me olhou, eu, o olhei de volta fitando meus olhos nos seus.
OS Seus eram pretos, secos e cansados. Os meus coriosos.
Passando, eu virei o rosto mantendo meus olhos fixos no velho homem.
Nos olhamos por minutos, ele, silêncio ensurdecedor, eu, espanto aterrorizante.
Senti seus pés se mechendo, um leve arrasto um pouco de poeira. Com Seus olhos secos e frios me olhava. Com os meus o admirava.
Parecia me conhecer, ameaçou dizer... balbuciando um som ininteligível.
incompreensível ficou.
inacessível permaneceu.
inatingível continuo.
confuso fiquei.
complicado permaneceu.
complexo, difícil , intrigado, intrincado, impenetrável, imperscrutável, indecifrável, indesvendável, incognoscível, inescrutável, obscuro, labiríntico, enigmático, misterioso, profundo, escuro, arrevesado, abstruso, inabordável.
O velho, se foi.
Sem dizermos nada entendemos TUDO.
O caminho do velho.
Autor, FALDER VILELA PEIXOTO.