Jose Kappel

Corpo da Vez

 

Da letra faço o canto,

moldo a musa,

mas não ergo taças

de amor, - só desencantos!

 

Faço a vez, o tempo

e a lembrança...

 

Faço a tez de morena

e os lábios de vermelho bruto.

 

Mas dela, de corpo nascido,

não consigo nem sua paz,

nem o caminho de seu espírito,

não tenho por não ter!

 

Pois ela,

agora é, um pássaro aplumado,

e eu, uma vesga esperança

de espantalho!