LEIDE FREITAS

CONFESSO!

CONFESSO!

 

Há dez anos te escrevo

Escrevo cartas de amor

E as perfumo com pétalas 

De rosas para teu deleite

Cartas que nunca enviei

Porque achava bobas

Escrevi para ti

Também velhas canções

Para acalentar a alma

A tua alma tão gasta

Pelas coisas corriqueiras

Pelas dores familiares

As mesmas dores 

Que te encravam as unhas

Como garras aduncas

De águias das montanhas 

Hoje eu sei porquê...

Desviei o curso 

Do tempo

Da bússola

Das estradas

Das caminhadas

Que me levariam a ti...

Porque de outra forma

Eu jamais te amaria.

 

(Leide Freitas)