Acordei e deparei-me com uma cidade solitária.
O vazio muda as pessoas.
E o vento anda para lá e para cá carregando
a alegria e a tristeza delas pro lugar onde
deveriam estar, ou ao menos, deixam estar.
Os ventos vêm e vão;
sopram, flutuam.
Rodam numa dança somente sua.
Agora que estamos aqui, sentimos
o balanço intenso e enternecido nos levando.
Estamos indo para o lugar
onde deveriamos estar.
Vamos soprar para soar.
Soprar essa melodia que só
nós reconhecemos e entendemos;
Soprar a rima que só essa
alma atordoada embevece...
Sou um pássaro que não sabe voar,
me ensine a ser, como Tu, leve e me leve!
Cansei de cair e ferir-me com a neve.
Oro para achar o caminho certo.
Desejo que isso me leve.
Só quero soprar e nas Tuas mãos segurar;
finalmente descansar.
Um final para tudo isso. – Quando eu soprar.