VICISSITUDES
Deixem-me livre
Para escutar os teus silêncios.
Tirem-me as cadeias
para que eu seja o horizonte
de todos os poemas
Lancem-me
nos caminhos infinitos
Para que eu não seja espectros
De inescutáveis gritos.
Tirem-me de mim
todas as horas
Deixem apenas os segundos
Para que eu seja o tempo
a devastar a inquietude
Deixem-me ser apenas as vicissitudes
Mesmo sendo os meus erros
a maior de todas as virtudes!
Tirem - me as estradas
E deixem-me
apenas os caminhos
Os caminhos me levam
aos tudos
Pois mesmo
entre todos
os desalinhos
Esse meu verso falante
Vai até todos ouvidos surdos!