Carlos Lucena

VICISSITUDES

VICISSITUDES 

Deixem-me livre
Para escutar os teus silêncios.
Tirem-me as cadeias 
para que eu seja o horizonte 
de todos os poemas
Lancem-me 
nos caminhos infinitos
Para que eu não seja espectros
De inescutáveis gritos.
Tirem-me de mim 
todas as horas
Deixem apenas os segundos
Para que eu seja o tempo 
a devastar a inquietude
Deixem-me ser apenas as vicissitudes 
Mesmo sendo os meus erros 
a maior de todas  as virtudes!
Tirem - me as estradas
E deixem-me 
apenas os caminhos
Os caminhos me levam 
aos tudos
Pois  mesmo 
entre todos 
os desalinhos
Esse meu verso falante
Vai até todos ouvidos surdos!