Antonio Luiz

... mas passou, como tudo passa

era ainda tão rebento

que nem brotara em seu campo santo

qualquer jazigo de tempo morto

era ainda tão pequeno

que tudo lhe parecia ser tamanho oceano

naquele barquinho do colo de papai

era ainda tão livre

que tinha autonomia pra sujar seu pano

e decidir sobre as leis de retorno

era ainda tão santo

que não havia considerado qualquer oração

e nem salpicar pragas nas paredes

era ainda tão sem dor

que lhe bastava um beijinho de mamãe

pra deslembrar do cordão que se rompera

era ainda tão começo

tão prelúdio, tão primórdio, tão princípio

que nem parecia ter fim...

 

-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 11/7/23 --