Me criei na pampa sem luxo
Sou vivente do campo sulino
Trago junto o poncho gaúcho
Há marcas de quando menino
Segui rastros de bois de ponta
Vi a porteira no mourão bater
Talagaço de pinga na garganta
No entrevero, ala-putcha-tchê
Bah! àquele chasque de prenda
Me deu redeas sem rumo certo
A tardinha cheguei na fazenda
Pela prenda o portão foi aberto
Ôigale tchê tô em cima do laço
O fandango fica lá em Soledade
Levei a prenda no pingo picaço
Toca o baile Tchê Barbaridade
Pé que é um leque dentro da bota
Trago na garoupa laço couro cru
Minha prenda do fundo da grota
Dança a chula feito um peão xiru
Sou meio taipa no jeito de amar
Sou de galpão de chapéu tapeado
Àquela prenda pra me conquistar
Deverá gostar do cheiro de gado
Sou o ginete de quatro costados
Trago a marca minuano no peito
Há braço forte dos antepassados
Armada certeira do laço perfeito
Guapo que canta encanta no Sul
Botas e bombacha rude sem luxo
Campo com gado sob o céu azul
Índio gaudério e orgulho gaúcho