Hébron

Chãos e céus

 

Não me faltam chãos 
Careço é de voos
Os céus estão por aí 
Não se acabarão nunca

 

Eu tive a lição da estrada
Trechos e atalhos inventei
Da minha incompletude 
E fantasia brotavam versos

 

Se for prisão, viro vento
Há homens, e há gentes
Mas custa haver humanos
Não há grades ao pensamento

 

Minha alma escorre como rio
Segue fluida entre suas margens
É esse o caminho que me resta
E nesse chão o fluxo da vida

 

As vezes me faltam suspiros
Tantas vezes me sobram rimas
Noutras tantas outras certezas
Enquanto duvido do meu pensar

 

Da conclusão tenho o portanto
Em versos sem muito nexo
Em versos brancos e pretos
De um portanto portantíssimo

 

Não me faltam chãos 
Careço é de voos
Os céus estão por aí 
Não se acabarão nunca