Gosta do fruto da escrita
Mas o exercício o irrita
Na passagem de alguém
Rouba-lhe os passos
Crendo ter o seu destino
Age tal qual um cretino
Passeia por versos alheios
E os apropria sem rodeios
Na passagem de alguém
Rouba-lhe os traços
Age tal qual um corsário
Meliante, um mero falsário
Ilude-se mais a si do quem o lê
Na sua triste saga em nada ser
Na passagem de alguém
Rouba-lhe em assalto
O verso e a rima em ato inglório
Age tal qual desprezível finório
Gosta do fruto da escrita
Mas o exercício o irrita
Na passagem de alguém
Rouba-lhe os passos
Crendo ter o seu destino
Age tal qual um cretino