Desilusão
Como poderia eu ter sido,
Burra e Ingénua,
De pensamentos ter tido,
Em algum momento,
Me deixei pelo alento,
De acreditar nos meus impulsos,
Nas minhas intuições,
Por mais belas e perspicazes que fossem,
Me deixei levar,
Fui fraca,
Ao pensar, que era fácil,
Que a vida me traria uma coisa boa,
e que em algum momento,
eu estivesse voando.
Mas não,
La vem a desilusão,
Pintada de preto,
Como se dos meus sonhos,
Surgissem as almas,
De crianças felizes brincando,
Mas não,
Surgiram corvos bem pretos,
Daquela cor bem profunda,
Que da até para chorar.
Nos últimos dias,
tenho vivido,
Imenso,
Crescido demasiado para a minha idade,
Fui capaz de acreditar,
Que mesmo as pessoas mais próximas,
Ficariam bem perto de mim,
E que de alguma forma,
O apoio fosse inconfundível,
Inexplicável.
De repente,
Sinto uma punhalada,
Nas costas,
Mesmo no fundo das costelas,
Olhei para traz e me revi,
Naquele olhar,
Aquele rosto me estremecia de tristeza,
Não desatinei a chorar,
Mas bem que apetecia,
Como eu pensei,
Que em algum instante,
Eu estava a ser protegida,
Por uma luz conhecida.
Mas não,
Eu já não a conhecia mais,
Estava escura e fria,
A sombra que aparecia,
Já não sentia,
O sangue dela,
A correr pelas mesmas veias que as minhas,
Que desilusão,
Ao pensar,
Que eu tive sempre razão.