No jardim da minha casa
Eu estava sossegado
Com minha esposa querida
E meu piá adorado
O interfone tocou
Fui atender com cuidado
Boa tarde, disse um homem
Me parecendo cansado.
Perguntei o que desejas?
Ele disse: Meu chegado
Quero entrar em tua casa
Ser bem recepcionado
Sou um sujeito direito
Porém desafortunado.
Compreenda, respondi
Tentando ser educado
Não vou te deixar entrar
Sem ser identificado
O mundo está perigoso
Procure entender meu lado
Este portão eletrônico
Não pode ser acionado
Antes que o visitante
Seja bem averiguado
A esta altura, a polícia
Eu já havia alarmado
Temendo ser um bandido
Demorei no palavreado
A fim de que ele fosse
Pelos soldados apanhado.
Quando o camburão chegou
O rapaz despreocupado
Disse não sou criminoso
Sou apenas viciado
Queria orientação
Ser ouvido e ajudado
Me levem pra uma clínica
Onde eu possa ser tratado.
Meu coração bateu forte
Olhei pro meu filho amado
Imaginei sendo ele
Que estivesse neste estado
Falei pros policiais
Amigos muito obrigado
Vou levar este gaudério
Ao centro especializado
Pagarei seu tratamento
Sei que é caro e demorado
Mas, mais tem deus pra me dar
Já diz o velho ditado.
Com tratamento intensivo
Num lugar apropriado
Com bosques pra caminhadas
Bons profissionais ao lado
Depois de trezentos dias
O moço estava curado
Louvando a deus e cuidando
De outro recém chegado.
Em minha casa ele veio
Bastante emocionado
Se dirigiu à piscina
E deu um grito abafado
Ao ver meu filho querido
Ali morrendo afogado
Pois escondido de todos
Havia n’agua pulado.
Ele pulou na piscina
Bastante preocupado
Prestou socorro a meu filho
Pois estava preparado
Na clínica de tratamento
Tinha aprendido um bocado
Desde os primeiros socorros
A cuidar de acidentado.
Me aproximei neste instante
Por ele fui abraçado
“deus existe, disse ele
Vamos lembrar do passado?
Já imaginou meu amigo
Se hoje eu não tivesse entrado?
Tu salvastes minha vida
Hoje estou recuperado
Agora salvei teu filho
Deus te fez recompensado”.
Buenas, tchê - Dr. Francisco Mello - Criminalista