O aprendiz

Longe eu estava, eu pensava !

 

Só em meu quarto, silente, no escuro

Recordo os altos trons da juventude

O prazer era algo tão presente

Léguas estava, eu pensava, do futuro

 

Conselhos, avisos, sermões de mãe e tia

Eu simplesmente fingia que ouvia

Fruto jovem e longe de maduro

Léguas estava, eu pensava, do futuro

 

Passa o tempo e o que eu julgava longe

De repente chegou com seu alfanje

E já cansado eu corria atrás de Hebe *

 

E Hebe cada vez mais célere

Seu vinho ela já não me servia

Na taça ? Só os conselhos das saudosas mãe e tia !

 

 

 

* Do poema O vinho de Hebe de Raimundo Correia