Jonhmaker

A Profecia Lírica Do Fim Do Meu Tempo

 

 

As faces dessa lírica profecia

pede-me em sacrifício,

Sou um cordeiro de espírito tenro,

e carne macia,

Uma oferenda devorando as folhas,

Que construirão meu casulo;

Sobrenatural como a lagarta pelos galhos

preparando sua transformação,

A revelação que postulo.

 

Como um iogue me recolherei,

Sintonizando meu dial universal

como um réptil.

Uma salamandra deitada

acariciada por uma pedra,

Relaxando preguiçosamente ao sol,

Para ser o alimento

do teu prospero banquete,

Deixando de ser a criatura escondida,

Pela minha imaginação,

Para ser capturado num filme,

Em sua quinta dimensão;

 

Sigo sincronizado com a íris,

Que faz da lente um penoso torniquete,

O olho de Deus

no topo de uma cúpula,

Que segue o contorno do sol,

Do nascer ao seu poente pecaminoso,

Comparado a ti, com justo orgulho,

Cerzindo o céu que me parece

levemente com um tapete,

Cuidadosamente costurado

de sedosos retalhos azuis,

Onde nuvens radiantes

tem a brancura de um novelo,

E os fios quentes, triunfantes,

Como os velos de um carneiro.

 

De onde provéns em meus sonhos

quando estou deitado,

As vezes parece-me o céu estrelado,

Descortinando a madrugada

pelos furos de minhas telhas quebradas.

Onde lhe mantenho agasalhada numa aspiração

para que não padeça.

 

Eis-me, na forma de um casaco

tosado pelos mistérios do universo,

Colocado sobre a tua aura

para que não adoeça.

 

Na historia deste dia profético,

Agitarão meu pequeno espaço,

Andorinhas de mudanças súbitas,

Como a chama erguida

em minha memória,

Que pousarão nas cordas do meu violão

cantando alegres solfejos,

Sabendo que não há mais tempo

para escondê-la de mim,

Onde estarás presa,

Nas primorosas substancias liquidas do desejo

de seu corpo molhado pelo suor,

Que emanará sofridos odores,

Lembrando o aroma doce das rosas...

 

Somente a cordilheira do Himalaia,

Seu altar mor,

Libertará meu coração

de suas clausuras,

Confundindo o ar rarefeito das montanhas,

Em que respiro com dificuldade,

Com o teu sopro restaurador

que me acompanha.

Penso comigo,

só os anjos sobrevivem as suas alturas,

No meio caminho

entre o céu e a terra,

Onde a leveza do som de suas asas

traz-me a saudade.

 

E nesta noite especial

farei a minha cama no teu solo,

Nas reservas tênues de seu coração,

No viçoso planalto da sua alma

restaurada pela chuva,

Onde a água fresca corre

e leva o meu ser,

A te desconhecer de tudo mais

que era sagrado.

 

Ouço musica nos galhos triviais,

Nas poças doces de sua verve

e languidos mananciais.

De onde a minha vida escorre,

Numa afetuosa viagem

por dentro de mim,

Ouvindo o “sim” da assombração

de meu pobre homem,

Um alpinista perdido

nas passagens estreitas de seu labirinto,

Atravessando seus polos,

Circundando a terra,

Agindo por instinto,

Se agarrando a lembrança

do aconchego de seus braços,

Onde não podes mais me arranhar

com seu critério.

Deixando o amor para aqueles

que não desistem,

E dividem em paz o seu mistério.

 

 

 

...amar a ambos, ao Deus Invisível, repositório de todas as virtudes, e ao homem visível, aparentemente destituído de qualquer virtude, é muitas vezes, desconcertante. Mas a inteligência do homem está à altura do problema. A pesquisa interior não tarda em mostrar uma unidade em todas as mentes humanas: o forte parentesco dos motivos egoístas. Pelo menos nesse sentido, revela-se a fraternidade dos homens. Uma assombrosa humildade segue-se a este descobrimento nivelador. E amadurece em compaixão por nossos companheiros de jornada, cegos às potências curadoras da alma que esperam por exploração.

- Os santos de todas as épocas, senhor, sentiram essa mesma piedade pelas dores do mundo.

-Somente o homem superficial perde a receptividade às aflições do próximo, à medida que submerge em seu próprio e estreito sofrimento.

- A face austera do sádhu suavizara-se notavelmente. - Quem toma o escalpelo e pratica o dissecar de si mesmo, experimenta uma expansão de piedade universal. É aliviado das demandas ensurdecedoras de seu ego. O amor a Deus floresce em semelhante solo. A criatura volta-se finalmente para seu Criador, senão por outro motivo, ao menos para perguntar com angústia:

“Por que, Senhor, por quê?.”Através das ignóbeis chicotadas da dor, o homem é conduzido afinal à Presença Infinita, cuja beleza deveria ser a única e fasciná-lo.