Jose Kappel

Seixos de Março

 

      

 

São desejos meus, extrovertidos,

que formam casulos de desamparos,

e ordenam a imediata retirada

dos meus avessos e parecidos.

 

 

Formo par de descalsos,

é meu entrevero  na guerra particular,

entre a flor que adorna

e a rosa que alço!

 

 

De vez sou assim:

cégulo e armênio,

sem causa própria.

Pois não!Só ardem em mim!

 

 

Sou vista grossa mas não

entorto.

Sou parte da paisagem

mas não choro!

 

Cadê você?

Perdida de novo

dento do espírito calvo?

 

Largada dos bons deuses

que a toda hora se renovam?

 

 

Se partiu, foi de graça,

ninguém pediu.

Alma universal vive agruras

de um tempo que já revivi.

 

 

Borda em mim seu espaço.

 

 

Não custa costurar o perdão:

ele tem duas alças,

um cálice de vinho,

e uma ombreira

de vidas,

que já morreram,

mas no meu corpo de aço,

renascem vindo e indo.

 

É a agonia dos seixos de março!

 

Me deixa cambaleante

de sentidos.

Sou pouco, mas fraquejo,

ao saber que perdi, arrependido,

um único beijo dado por amor.

 

 

-Ai Arquejo!

Afinal ela é filha da selva,

que fica lá no fim do mundo,

ou rasa e pálida relva

que nem tem flor

de amor ?