Antonio Luiz

Dalgum inebriado

ora prazer de aliviar a dor

inebriante, esse meu vício

tão doce, como precipício

de me arremessar, voador

 

e a dor soçobrará o prazer

em lápide, eu já desconfio

beba em paz, meu epitáfio

mas só beberei até morrer

 

então envase, vivo sofredor

dependente do que esvazio

de copo, copinho e copázio

 

tênue fio entre deleite e dor

meu vício é assim um vazio

um vazio de esconder vazio