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Jose Fernando Pinto

Entender a dor

Dizem que para “bom entendedor, meia palavra basta”, eu não sei se é verdade ou mentira nefasta, não, não estou polemizando, são apenas ilações de um poeta maduro, um escritor que no escuro tenta compreender a vida, a complexidade humana, as dores da alma e a tristeza insana que às vezes aporta em meu peito.

 

Eu sempre tento evitar a tristeza, mas confesso, não tem jeito, então eu começo a rabiscar num caderno, ainda que nesse mundo moderno, a poesia fique em segundo plano. Tudo bem, para um bom entendedor, a vida é sempre um vai e vem, e se a poesia não tem espaço ou não convém, eu sigo no meu pedaço, às vezes eu mudo o passo e até ouso ir além.

 

É quando aceito de bom grado, que chorar não é pecado, a tristeza não é o fim do mundo e às vezes num segundo a alegria se estabelece. Sei lá, parece um papo “sem pé nem cabeça”, mas para bom entendedor, é a vida como ela é, contradições, com tradições e fé, um carrossel de emoções, de risos e ilusões que nos mantém de pé.

 

Não é pessimismo, é a pura realidade dos dias atuais, pessoas singulares ou pessoas plurais que a pretexto de serem felizes escondem os sentimentos, celeumas e tormentos e se espelham nas redes sociais. Não sei se é a solução, não sou especialista em emoção, mas para bom entendedor, melhor que o mundo virtual é viver no mundo real e ter os pés no chão, entender que o músculo que governa o peito é o coração, sem aplicativo, sem bateria ou iluminação.

 

Bom, bobagem tentar explicar, para bom entendedor, melhor é experimentar, sentir a emoção, experenciar, perceber que a solidão e a melancolia podem ter o seu lugar, em linhas de poesia ou nas noites de luar, pois para um bom entendedor, importa entender a dor e a alegria de amar, rabiscando versos, inventando histórias e por vezes arriscando voar.

 

Jose Fernando Pinto