Escolho aquilo que me faz morrer,
e não é como se eu quisesse-se sofrer.
Luto sem me mexer,
existo em viver,
respiro no automático
nesse corpo imperfeito,
nesse pensamento fora do meu tempo
que se embaralha em outros sentimentos,
que sinceramente, estariam longe do \"perfeito\".
Então meus olhos começam a lacrimejar
e minha visão começa a se turvar,
e eu quero gritar, quero chorar
para que qualquer um possa escutar,
mas aí esta a questão, quem iria me escutar?
Quem iria me ajudar?
ou simplesmente comigo caminhar?
Porque convenhamos,
a luta não se vence sem perseverança,
o amanha não é visto sem esperança
e a vida não te deu um contrato de segurança.
E para continuar a lutar é preciso ter força,
então não me julgue se eu pedir para que tudo isso desapareça,
não me julgue se eu querer a magia e a graça
da memória de quando criança.
Não me julgue se eu trancar tudo nessa caixa de pandora,
mesmo se me ferir,
mesmo que eu veja todos partir,
que sinta todos desistir,
mesmo que eu pare de sorrir,
vou continuar trancada a sete chaves,
para que ninguém nunca poa abrir.
Bom, mas essa sou eu,
mal moldada,
inacabada,
criada e forçada a ser destroçada,
mas lá no fundo queria ser amada, cuidada e ouvida.