desde que eu cheguei
admiro a novidade do horizonte
o céu mais alto que já vi
as cores mais coloridas que vivi
era esse o destino depois de muita viagem
e o tempo já não se contava, nem os dias
e as horas, os minutos, os segundos
contavam-se estrelas e viam-se mundos
o tempo bordado em relógios
nas paredes eram delicados enfeites
sem predisposição de limitar ou medir
apenas valorizavam em detalhes o existir
os voos tornavam-se hábito do cotidiano
e a vida inexplicavelmente se impunha
a visão adaptando-se à novidade de cores
com imagens, sons, revelação de valores
os mistérios da existência fogem à razão
nosso discernimento é fração da realidade
misturada com erros, enganos e fantasia
e no curso da plenitude, versos de poesia
o que chamamos de chegada é nova ida
e sem cessar é a criação, é a expansão
do universo que somos, mas não sozinho
e o somatório dessas jornadas é o destino
desde que eu cheguei
admiro a novidade do horizonte
o céu mais alto que já vi
as cores mais coloridas que vivi