Carta ao amor…
Ema Machado
Sei, não imaginas o quanto me apavora
Despertar sem tê-lo aqui
Tatear o vazio, ao romper d’aurora
O dia gradativamente perde a luz, e assim
Sou lagarta no casulo à espera
Que venhas, para que eu saia do agora
Ganhe asas e rompa a cela
Anseio aroma de flores nos jardins floridos
Receber de ti o sol, quem me dera!
Não imaginas
O quanto tenho sofrido…
Amor!
Penso que, esqueceu-me o Cupido
Sua flecha não acerta quem me dê abrigo
O tempo passa, sou eu
E o vazio que mora comigo…
Sabe, amor!
Pensei, por várias vezes tê-lo encontrado
Usaram suas vestes, calçaram seus sapatos
E eu confesso, ter me machucado…
Porém, no tempo que a tudo cura
Tenho confiado, há o medo que persiste
Meu coração, permanece enclausurado
Aguarda o Cupido, para que o liberte
Anda repleto de carinho
Anseia ser compartilhado…