Nada de conto
áspero;
tudo conta
de meu
bom gosto.
Se te encanto -
palavra sua -
cevada em mel
e adornada de flores,
com dornéis de cantos.
Se te encanto,
prezo meus dias junto a
deuses descalsos,
emburgados de vesta,
que aprontam a gente pra festa
do encontro.
Se te encanto
é porque sou de paz,
crescido nos campos floridos,
targeados de frutas doces,
ameixados de sombras;
de pinheiros de uma
vida.
Colo agora
minha imagem na sua.
De dois passo um,
de um ficamos nós,
abertos ao mundo,
procurando
a paz, e calejando nosso espírito,
já febril de dor.
Meu erro é seu erro,
nosso erro é meu erro,
sua verdade é
minha ternura
que chega pra dois.
E se dois refletem
pargos de luz:
somos então
um pedaço de fruta
bem disposta na
mesa dos reis.
E na nave do desespero,
não brota mais esperança.
Somos dois num caos
de revolta da natureza.