Do grito dos Reriús
Das histórias de Chico Josa
Aos que inda lê
Um pouco da língua jê
Da serra de canto ao longe
Da casa grande e a estrada
Dos irmãos que eram onze
Do que se foi na Ibiapaba
Oito léguas e uma sina
Da cabana a Copacabana
Muitos saíram noite de lua
Levando apenas o sonho
Estrelê inda ficou
José Maria do Rêgo também
Enquanto AvóRai e Coronel Manoel
Nos feitos lajedos do vai e vem
O topógrafo de terras distantes
Fez nascer um dos mares do sertão
A pausa do rio preso e represo
Na beira a alegria do descubertão
Quitéria Santa e a Varjota
Reriutaba e o Serrote dos Muniz
A trazer da Cachoeira do Quandú
O menino e o velho aprendiz
Da seca cansada de Oitenta e Oito
Sobrou os Cactos-Cabeça de Frade
A macambira e a oiticica
E o que tempo passou
Pausado o que fica de quem não fica
O tesouro francês enterrado
Vigiado pela lua e pelos Canindés
E o Monte dos RAIMUNDO Rodrigues Martins
É teu nome cheio de ti que diz quem tu és
O meu um dia se encontrou
Com o teu sábio que guardou
Estórias histórias vagas ao céu
Nas manhãs no Fortaleza Hotel
Dona Olívia e teu mundo
Que soprou à beira do Acaraú
O que sai em verso dentro de mim
Veio do perto longe do Croatá dos Martins
E Drenas a fatiar terras alheias
Na feitura das águas que ficou
O estrelar e suas pareias
A família e a mesa grande que calcificou.
Roberio Motta, Onze de 6 de Vinte e Vinte e Três.