Arlindo Nogueira

CORAÇÃO INCERTO

Ao passar distante da minha retina

Na outra esquina da rua do centro

Cabelos encaracolados pelos ventos

Segue o ritmo da canção da cidade

Olhar de soslaios nas curiosidades

Desvela o constructo daquele amor

Que ficou na cimeira corola da flor

Pulsando teus átrios pela saudade

 

Seu amor é como o néctar da flor

Onde o beija flor busca energias

Seu palmilhar é na ilha da magia

Todos param diante seu encanto

Você é poesia que eu faço e canto

E pelas dunas de areias dissipam

Cintilar das ondas que crepitam

Qual contraste de riso e pranto 

 

O pensamento as vezes é fugidio

Tal qual lagrimas de madrugada

Que só pela noite é testemunhada

Vertida do medo daquela esquina

Sombreada e deserta duma retina

Segredando um amor aos ventos

Que prefere apagar com o tempo

Desse coração incerto de menina