Senhor, se me pedisse que fizesse um balanço dos meus dias até aqui, de coração aberto e do meu jeito eu te diria:
Quantos débitos me cabem? Te confesso alguns...
Deixei de ouvir, por não entender a urgência na palavra sentida do outro, pela pressa em falar o que eu mesma experimentava que nem era “tanto” assim.
Fiquei devendo compreensão.
Deixei de estar em companhia de quem de verdade valoriza meu afeto, aprecia meu riso, meu bem-estar.
Fiquei devendo algumas presenças importantes.
Deixei de cuidar de mim, por bobagem, ou usando meus critérios de prioridades, a verdade é que não me atendi, não me escutei...
Fiquei devendo amor próprio.
Tive medos, duvidei, talvez além da conta do poder e da força da fé, do poder do sagrado que me vigia e guarda.
Fiquei devendo um pouco mais de confiança e alguma esperança.
Deixei alguns planos de lado, espalhados nas gavetas, rabiscados em folhas soltas, eles ainda me chamam, procuram por mim.
Pra eles fiquei devendo atitude.
Não me orgulho de meus débitos, mas declaro minha vontade de ser um humano melhor.
Dos créditos... Perdoa, mas a anotação é menor.
Mas assinalo também:
Somei quando estendi a mão, quando dediquei tempo a quem precisou mais do que palavras de mim.
Somei quando acreditei que valia, quando a alma pedia, e ela não me poupou.
Somei, quando semeei palavras do bem a um tanto de gente, gente que eu nunca vi, mas soprei por aí, como te prometi. Você sabe, conhece meu coração , eu tentei!
Como me pediste, procurei ser e caminhar mais leve, mesmo quando os ventos sopraram forte, respirei fundo, lembra? Te busquei, confiei, te entreguei.
Senhor, foram em tuas mãos que depositei minhas intensões, todas elas...
Então, se minha conta não fechar, mesmo assim perdoa, me ilumina, me abençoa.
Me ensina a ser alguém melhor, e livra-me de todo mal que vier.
Amém.
(d/a)