Adriele Bernardi

Esmaecer suicida

Esmaecer suicida

 

NÃO EXPLICO OS DEVANEIOS QUE ASSOLAM MINHA MENTE
QUANDO VISLUMBRO O RUBOR AMARELADO DO ENTARDECER.
DESPERTO-ME ENQUANTO MINHA ALMA SUPLICA SOLENEMENTE
POR UM POUCO MAIS DO SABOR DE SE VIVER

 

 

COM APENAS UM TOQUE DE FUROR ME COLOCO NUM PEDESTAL
SUBLIME, AVANÇO RUMO AO COLAPSO FRENÉTICO DE UM DESEJO
NAQUELA SUBIDA VOO ADIANTE PARA O PONTO SURREAL
EM QUE VISLUMBRO-ME CAINDO E DESFALECENDO NUM LAMPEJO

 

 

UMA PONTADA ARDENTE QUEIMA AS CICATRIZES QUE SE ABREM
UM SONHO SE QUEBRA NO RITMO DOS BRAVEJOS
SE AS LÁGRIMAS DESSA ALMA SECAREM
HAVERÁ MARCAS LATENTES EM SEUS LEITOS

 

 

COMO EM UM COMPASSO DE UMA BATIDA
A AGONIA ME AGARRA E CONTORNA MINHAS ENTRANHAS
ONDE POSSO VER MESMO SENDO CEGO DA PRÓPRIA VIDA
TODO O PUDOR INFÍMO DE SENSAÇÕES ESTRANHAS

 

 

NO SILÊNCIO SURDO DAQUELE ESMAECER SUSPIRO
SUFOCANDO O ÂMAGO QUE LUTA EM DESPRAZER
ENQUANTO PERMITO-ME MERGULHAR NO AMARELO RUBRO
QUE COM A ESCURIDÃO SE PERMITIU ENCHARCAR E MORRER